Sou a penumbra... frágil sombra... vestida de noite No meu rosto... traços de amargura... cinzas do tempo E no meu corpo este silêncio... leve sopro de morte Gravado no tempo... tatuado na alma... eterno lamento
Trago nas mãos tempestades... o inferno... e este vazio Revolvo a terra... procuro na mulher... o raio e o trovão Esqueço o que resta de mim... quase nada... apenas frio Não tenho antes nem depois... apenas tempo e solidão
Sou mulher... trago as dores da terra... amordaçadas Os anseios do futuro... as dores do passado... as lágrimas Os segredos... os medos... de todas as mulheres caladas Todas as promessas... todos os sonhos e todas as mágoas
Sou a voz do vazio... a tristeza... a penumbra da poesia Sou a pedra do caminho... a folha negra dos meus passos Sou o abandono... o silêncio da noite... a sombra do dia Perdida entre o ser e o querer... o vazio dos meus braços
A minha voz calou-se... apenas o silencio grita... implora Num poema derradeiro... num verso negro... amordaçado Num peito sofrido... num coração que em mim chora Desfeito o sonho... cala-se o pranto... num verso rasgado
Entre mim e a noite... os braços... gestos breves amargos Não sei quem sou... nas entranhas da terra foi onde nasci Trouxe nas mãos um poema... nos dedos... silêncios vagos Sou filha de todos os instantes... sou o principio e o fim
Fotografia N.º: 4065 Publicação:2021-01-26 Grupo:Preto e Branco Câmara:NIKON D90 Abertura: f 3.5 Distância focal: 50 mm Velocidade do obturador: 1/50 sec Flash: Não Disparado
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