de muita dor em voz baixa
de vergonhas que a família abafa
em suas gavetas mais fundas
de vestidos desbotados
de camisas mal cerzidas
de tanta gente humilhada
comendo pouco
mas ainda assim bordando de flores
suas toalhas de mesa
suas toalhas de centro
de mesa com jarros
– na tarde
durante a tarde
durante a vida –
cheios de flores
de papel crepom
já empoeiradas.
Excerto poema «Sujo» de Ferreira Gullar, in «Poema Sujo, 1976».
Semana: 5 fotografias, 5 poemas: 2 de 5. Informação técnica
Fotografia N.º: 4161
Publicação: 2021-06-01
Grupo: Preto e Branco
Câmara: COOLPIX L29
Abertura: f 6
Distância focal: 20.1 mm (35mm equiv.: 112 mm)
Velocidade do obturador: 1/320 sec
Flash: Não Disparado Mais fotografias
Poema muito bonito. Foto divina.
Cumprimentos
Minimalista, geométrica e simétrica!!! :( Assim não dá.
Poema triste em perfeita harmonia com a fotografia.
Uma foto simples, mas que diz tanto!
A picture that says it all!!
A poem which evokes a lot of emotion coupled with a nice geometric composition of layers!
Very nice. The bits of white sure dominate.
A mim hoje ninguém me consegue deprimir que amanhã é feriado!
Dito isto, a tira do meio, se tivesse um bocadinho de cor até bem que podia ser uma tela de Pollock (positiva, sinto-me positiva)
A composição, que permitiu apanhar todas aquelas linhas de texturas, foi muito bem pensada (assertiva, devo-me manter assertiva)
Ver o potencial de qualquer coisa comum para a tornar em qualquer coisa de incomum é o que o Remus faz de melhor! (respirar fundo, é preciso respirar...)
E pronto, consegui! Fiz um comentário inteiro sem dizer muitos disparates.
A M A Z I N G!!!!
Triste constatar que em alguns momentos sentimos que a vida segue a sujeira das ruas, e quando surgem vozes não as reconhecemos.
Sua foto, não condiz tanto não_ aqui a sujeira é bem mais visível.
Triste verdade!
E 46 anos depois continua suja. 😬
Estou grato pelos vossos comentários. Eles são sempre muito importantes.
Willem, Steven, Michael Rawluk and Omid: Thanks.