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Em vez de um saco vermelho... Anterior Seguinte

Em vez de um saco vermelho...

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Era uma vez uma empresa alemã que vendeu dois submarinos a Portugal. Uso esta formulação porque, tendo em conta que os factos ocorreram há sete anos, tudo parece pertencer já ao domínio da fábula.
Na Alemanha, houve um julgamento no qual certos intervenientes no processo foram condenados pelo crime de corrupção. Em Portugal, houve um julgamento no qual certos intervenientes no processo foram ilibados do crime de corrupção. Mais uma vez, a superioridade alemã ficou clara: os alemães conseguem ser corruptos mesmo quando não há ninguém para corromper. É a celebrada eficácia germânica.
Neste aspecto, Portugal ficou atrás da própria Grécia, que também comprou submarinos alemães. Um ex-ministro grego envolvido no processo está preso desde o ano passado. Quando os corrompem, os gregos colaboram deixando-se corromper.
Só em Portugal as pessoas não têm a decência de participar na dança da corrupção quando são convidadas para isso.

Na verdade, não é uma questão de má vontade, mas de feitio. Os mesmos administradores da empresa que corrompeu o ministro grego confessaram, no tribunal alemão, ter corrompido responsáveis políticos portugueses. Ingenuamente, terão pensado que bastava corromper um português para que se pudesse falar em corrupção. Desconhecem a fibra de que são feitos os lusitanos, cujo material genético é à prova de falcatruas. A História demonstra que não há um único corrupto em Portugal.
A corrupção, no nosso país, é como o Pai Natal: só os ingénuos acreditam na sua existência. Para ser mais rigoroso, o corrupto português é o inverso do Pai Natal: uma entidade imaginária que, em lugar de oferecer presentes, recebe-os. Segundo a lenda, em vez de um saco vermelho, dizem que transporta um saco azul. Há quem acredite que existe, mas ninguém tem provas. É uma questão de fé pueril.

Excerto da crónica de Ricardo Araújo Pereira, publicada na revista Visão em 27 de Fevereiro de 2014.

  Informação técnica

Fotografia N.º: 2761
Publicação: 2016-07-09
Grupo: Objectos
Câmara: KODAK DX6490
Abertura: f 3.2
Distância focal: 36.2 mm (35mm equiv.: 217 mm)
Velocidade do obturador: 1/125 sec
Flash: Não Disparado

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  Comentários

Existem 11 pontos de vista. Quem será o próximo?
JWMSELAORAR
01
J
João Menéres
em 2016-07-09 12:25:15

Esse texto do R.A.P. tinha-me escapado.
Certamente por causa da malha da rede...
Excelente imagem que muito me impressionou positivamente.

02
W
Willem
em 2016-07-09 13:13:04

Beautifully done, a lovely result against the dark background.

03
M
Manu
em 2016-07-09 23:30:42

Interessante como Remus, depois de ler a crónica do R. A. P. engendrou uma foto para condizer com o tema...resultou muito bem.

04
S
Steven
em 2016-07-10 02:23:04

An eye-catching abstract with great color and texture!! An interesting narrative as well.

05
E
Elisa Fardilha
em 2016-07-10 14:01:35

Só um cérebro genial como o Remus criaria esta magnífica foto.

A cor está fabulosa!

Beijinhos.

06
L
Lis
em 2016-07-11 22:30:46

A foto é bonita de fato.
Apenas um saco 'sem graça' resultar nessa foto genial assim parabéns.
Quanto a corrupção nenhum europeu fica na frente dos sul americanos _ estamos sempre na frente... rs
abraço

07
A
Alex
em 2016-07-11 23:38:53

ui... brutal!

08
O
Olivier
em 2016-07-15 12:24:02

The graphical effects and color work well... ;-)

09
R
Roadrunner
em 2016-07-17 15:32:14

Embróglios à parte, um saco vermelho é sempre mais bonito que um azul.

Saudações!

10
A
Ana Lúcia
em 2016-07-20 09:17:33

Este saco está genial!!!

11
R
Remus
em 2016-08-17 21:32:18

Estou grato pelas vossas visitas e comentários.

Willem and Steven: Thank you.
Lis: :-D Se a Lis o diz... :-D
Olivier: Merci.
Roadrunner: Olhe que não! Olhe que não! Olhe que não! ;-) :-D