Ramalho Ortigão nasceu na cidade do Porto a 24 de Outubro de 1836. Era o mais velho de nove irmãos e irmãs, pelo que acabou por ser educado pela avó materna e por um tio-avô frade. Matriculou-se aos catorze anos no curso de Direito da Universidade de Coimbra, mas nunca terminou o curso.
Leccionou francês no Colégio da Lapa no Porto, na altura dirigido pelo seu pai, e pouco tempo depois, com 24 anos, acabou por suceder o seu pai na direcção do colégio. Dedicou-se ao jornalismo, na função de crítico literário, e à produção de folhetins no "Jornal do Porto".

Em 1868 foi para Lisboa como oficial da secretaria da Academia de Ciências, estabelecendo uma ligação com Eça de Queiroz. Este convívio com Eça deve ter conduzido à sua adesão ao realismo.
Desde 1871 começa a publicar, também com Eça, "As Farpas", definidas como panfletos de oposição social e política. A partir do final de 1872 a autoria desta publicação passa a ser somente de Ramalho, já que Eça vai para Havana, a fim de ocupar o cargo consular para que foi nomeado. Nestes escritos de sua autoria salienta-se o pendor didáctico da sua sátira política e social dentro do critério positivista mas sem renunciar aos valores patrióticos, a que acedeu, deixando o seu inconformismo revolucionário, e que o tornou figura de destaque na geração nacionalista que conduziu ao Integralismo Lusitano.

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