Desde que o ser humano é humano, aquela tem sido usada para tornar pública a privacidade deste, sobretudo quando há em jogo algum tipo de transgressão. Tão logo um Cro-Magnon qualquer começou a combinar vogais e consoantes, antes mesmo de arriscar uma frase como "vamos acender uma fogueira para assar este mamute recém-caçado", ele já dispunha de um tema preferencial, qual seja: "Sabe o que aqueles dois estão fazendo lá no fundo da caverna vizinha?"
[...]
A fofoca, além de ter uma trajetória respeitável, é uma das responsáveis pela existência da literatura e da historiografia, além da biografia, que é a fofoca respeitável. Sua necessidade em nossa espécie é tão patente que chegamos a inventar algo chamado genericamente de ficção só para podermos nos intrometer na vida privada de pessoas que nem sequer existem.
Perseguir uma princesa em alta velocidade para obter algumas fotos é naturalmente um abuso, e vasculhar joelharias para saber que colar lhe deu seu namorado, mais do que invasivo, mais do que de mau gosto, é profundamente tedioso.
Mas afirmar - da boca para fora - que não se deve invadir a intimidade dos ricos, famosos e poderosos é pura hipocrisia. Uma hipocrisia destinada, aliás, a salvaguardar a hipocrisia deles que, ditando, ao comum dos mortais, padrões de moralidade e comportamento, raramente se julgam obrigados a cumpri-los.
Sempre que a imprensa marrom flagra, agarrando um garoto, um padre que prega castidade, ou entrando num motel com uma loura oxigenada um pastor que combate a pornografia, ou numa suruba um deputado que vota contra o aborto, ela presta à sociedade um serviço inestimável.
Há algo de saudavelmente humano, civilizado e democrático nos mexericos, fofocas, fuxicos, diz-que-diz-que, boatos, rumores e bisbilhotice, porque eles reafirmam que reis e rainhas, príncipes e princesas, presidentes e papas, atores, atrizes, popstars e topmodels são gente de carne e osso como todos nós.
Excerto da crónica «Fofoca e bisbilhotice nascem com o homem» de Nelson Ascher, in "Folha de S. Paulo, 7 de setembro de 1997".
#Flinpo #Cusquice Informação técnica
Fotografia N.º: 4570
Publicação: 2022-10-19
Grupo: Os Outros
Câmara: NIKON D90
Abertura: f 11
Distância focal: 200 mm (35mm equiv.: 300 mm)
Velocidade do obturador: 1/250 sec
Flash: Não Disparado Mais fotografias
Mas quem?
O senhor do chapéu que está a contemplar as bronzeadas formas anatómicas da Francisca deitada na areia da praia do Meco (segundo me disse o primo do senhor do chapéu), ou o Remus que está a ver o senhor do chapéu (desejoso que está por ir para aquele muro para contemplar as bronzeadas formas anatómicas da Francisca deitada na areia da praia do Meco - segundo me disse a L. Reis).
Love those old-looking shades in this photo.
Então... mas... ó Questiuncas, francamente! Então eu não avisei que não era para dizer nada?? Então eu não comecei logo por dizer, como em qualquer cusquice que se preze, "...mas não digas a ninguém, fica aqui entre nós"? E agora vem ele para aqui escarrapachar o fuxico, sem mais nem aquela! Nunca mais te conto nada! Se bem que esta fofoca é verdade, verdadinha!
Este parece-me um mirone que tem muita cusquice para contar. 🧐
O que estará a cuscar???? espero que seja apenas as sereias a catar em cima das rochas a encantar os tritões que nadam nas águas do oceano.
Agradeço a todos que visitaram e deixaram comentários nesta fotografia.
Questuncas: Quem? Todos! Até o Questuncas que esteve na cusquice desta fotografia. :-D
Willem: I appreciate your comments.
L Reis: Já sabemos que o Questuncas é bom moço, mas não sabe guardar segredos. :-)
Ana Lúcia: Vamos ficar na dúvida, porque eu não fui lá cuscar. :-D :-P