do sobressalto dos corpos
ferindo-se de ternura
dói-me a distante lembrança
do teu vestido
caindo aos nossos pés
Magoa-me a saudade
do tempo em que te habitava
como o sal ocupa o mar
como a luz recolhendo-se
nas pupilas desatentas
Seja eu de novo tua sombra, teu desejo
tua noite sem remédio
tua virtude, tua carência
eu
que longe de ti sou fraco
eu
que já fui água, seiva vegetal
sou agora gota trémula, raiz exposta
Traz
de novo, meu amor,
a transparência da água
dá ocupação à minha ternura vadia
mergulha os teus dedos
no feitiço do meu peito
e espanta na gruta funda de mim
os animais que atormentam o meu sono
Poema «Saudade» de Mia Couto, in "Raiz de Orvalho".
Fotografia tirada pela máquina analógica Praktica MTL 5 e com um rolo Fujifilm Superia 200, expirado em Novembro de 2013 (8 meses antes da fotografia ter sido tirada).
Distância focal: 28mm. Informação técnica
Fotografia N.º: 3719
Grupo: Água #filmphoto #Water
Câmera: Praktica MTL 5
Abertura:
Distância focal:
Velocidade do obturador:
Flash:
A saudade é tramada, mas certamente com o tempo ela dilui-se nestas águas tranquilas.
Relaxante esta foto!
That is so very nice.
Adorei o título e tão verdadeiro... Fico feliz por ter tido momentos muito felizes de que tenho saudades. Amei a foto.
Também a mim.
Such a tranquil view accompanied by a great poem! Great sentiments!
A soothing and atmospheric photo.
very beautiful, calm and smooth place. the grass in the water makes it!
Bela prosa & imagem!!
L O V E L Y!
Estás a ficar muito romantiquinho, Remus.
A foto de uma palidez triste evocando saudade de tudo e essa poesia pedindo socorro rs
Já me contagiou...
Une très belle photo!
mia couto com uma imagem sublime... estranhamente sublime
Muito obrigado pelas vossas visitas e comentários. Ambos são sempre muito importantes.
Michael Rawluk, Steven, Willem, Omar and Omid: Thanks.
Martine Libouton: Merci.