A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Soneto «Árvores do Alentejo» de Florbela Espanca, in "Charneca em Flor". Partilhe
Informação técnica
Fotografia N.º: 4542
Publicação: 2022-09-15
Grupo: Paisagens
Câmara: NIKON D90
Abertura: f 7.1
Distância focal: 20 mm
Velocidade do obturador: 1/500 sec
Flash: Não Disparado Mais fotografias
São oliveiras?
Se forem oliveiras, informo o Remus que as oliveiras não choram. Dão azeitonas.
Se não forem oliveiras, então quem chora sou eu.
Fez-me lembrar o Alentejo... num dia de sol e calor abrasador. :)
A sonnet that is so apropos for what most of the world is experiencing this summer! A PoV that draws our eyes into this composition along the rows of trees. The sky is so refreshing.
Tudo em fila, com um céu que de tão azul, não parece chorar.
Eu é que choro porque este ano não fui ao Alentejo, onde me parece que o Remus foi tirar esta foto :P
I like your vertical framing here, a fine depth and a beautiful sky.
Inconfundível Alentejo, com o "algodão" no céu a dar também um toque de poesia à foto.
Agradeço a todos as vossas palavras e visitas.
Questiuncas: Tem a certeza que as oliveiras não choram? Onde está o estudo que prova isso? Será que elas não podem chorar para dentro?! :-)
Ana Lúcia: Ainda bem que te faz lembrar... Porque a fotografia foi mesmo feita no Alentejo. :-P
Steven and Willem: Thank you.
Manu: E pareceu-lhe muito bem. ;-)